segunda-feira, 10 de julho de 2023

ANTONIO CONSELHEIRO E AS VINTE E CINCO IGREJAS

 


ANTONIO CONSELHEIRO E AS VINTE E CINCO IGREJAS
Carlos Araújo  
(Observação do Blog: este poema foi composto com 24 estrofes. Para facilitar a publicação, dividimos o poema em 4 partes de 6 estrofes)
             1
Mudei em setenta e três
Pra morar no Maranhão
Mas eu não tinha a  noção
Do que ia acontecer.
Logo que disse – prazer!
Ao primeiro morador
Ele, espantado, gritou:
-É Antonio Conselheiro
Que baixou n’algum terreiro
E aqui se incorporou!
2
Aquilo foi o prenúncio
Do que viria a seguir,
Eu tinha chegado ali
Dessas plagas da Bahia.
Por não gostar de folia,
Não dar “valor” a dinheiro,
Não ir a cabeleireiro
E ser amável no trato,
Diziam eu ser o retrato
Do “beato” Conselheiro.
3
Quando já era bancário
A coisa seguiu assim,
Só referiam a mim
Como Antonio Conselheiro.
Aquilo foi um roteiro,
Um fato a considerar.
Minha passagem por lá…
Por lá… pelo Maranhão
Transformou em obsessão
E resolvi pesquisar.
4
Esse fato me marcou
Naqueles anos setenta.
Minha mente estava atenta
Pro beato singular.
E procurei me ligar
Na vida do Conselheiro
Esse insigne brasileiro
De Belo Monte – Canudos
Que foi alvo até de estudos
Em países do estrangeiro.
5
Naquele ano de trinta
Do século dezenove
Nasceu em família pobre
Como Antonio Maciel.
Seu pai deu graças ao Céu,
Pegou o filho no braço
No dia treze de março
Na Vila Campo Maior.
Observando melhor,
Notou que tinha seu traço.
6
Quando contava seis anos
A sua mãe faleceu.
O menino padeceu
Por falta daquele amor.
O seu Vicente casou
Com Maria Conceição.
Ela não tinha afeição
Pelo pequenino Antonio
E por obra do demônio
Seu pai virou beberrão.

(Continua...)


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