UM VAZIO
Ógui Lourenço Mauri
Um vazio põe além do horizonte
Um querer que à distância se lança,
Pois a ânsia que o barco desponte
Jacta o falso sabor da esperança.
Eu bem sei, não mudou a janela,
Mas o barco de longe não vem.
A saudade é bem mais do que "aquela"
E a vontade do beijo também!
É verdade que após as tormentas
O mar calmo se faz tão presente,
Como é certo que as nuvens cinzentas
Põem o Sol a brilhar novamente.
Por aqui, vejo a chuva caindo;
Logo mais, chega a luz desde o leste,
A mostrar todo o azul do céu lindo,
Um desenho de Deus, inconteste!
Pensamento vai longe, de vez!
Traz, enfim, esse barco; reitero!
Penso até que meu porto, talvez,
Não comporte o navio que eu espero.
(ALMANAQUE CHUVA DE VERSOS, Nº 359, JOSÉ FELDMAN)
SOBRE O AUTOR:
ÓGUI LOURENÇO MAURI - Nasceu em Irapuã, SP e vive atualmente em Catanduva, para onde transferiu residência, ainda adolescente, com o objetivo de estudar. Mais tarde se afastou da cidade para fazer cursos universitários e profissionais e retornou em 1992.
Formou-se em Contabilidade e Administração de Empresas, tendo trabalhado no Banco do Brasil, onde ingressou em 1964, por concurso público, e ali se aposentou como Gerente Geral de Agência. Como bancário exerceu durante alguns anos, em horário noturno, a atividade de professor de Contabilidade, Estatísticas e Língua Portuguesa.
Por força das aulas de Português, sempre se interessou pela leitura de bons livros e isso o levou a gostar de poesias, com leve aptidão pela crítica literária.
Com o advento da internet e o incentivo de poetas como Marilena Trujillo (brasileira) e Alberto Peyrano (argentino), passou a escrever poemas, ¨sem maiores pretensões¨, como costuma dizer.
Hoje publica seus belíssimos versos nas redes sociais (Facebook), tem um blog, um livro virtual (e-book) publicado: ¨Janela da Vida¨. Catanduva (SP), março de 2009.
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