sexta-feira, 23 de junho de 2023

TROVAS DE ADÉLIA VICTÓRIA FERREIRA

 

(FOTO DA INTERNET)

TROVAS DE ADÉLIA VICTÓRIA FERREIRA
(FONTE SITE ¨FALANDO DE TROVA¨)

Se te vais, por gentileza,
deixa a porta sem trancar!                            
Não me roubes a certeza
de que logo irás voltar!

Se os meus juízes confundo
com falsa argumentação,
recebo o perdão do mundo,
mas não meu próprio perdão.

Ao sofrer uma agressão
a terra não choraminga                      
nem esboça reação,
mas... cedo ou tarde, se vinga...

Esperança é a caminhante
que, ora animada, ora triste,                      
vai, teimosa, mais adiante,
quando a Certeza desiste. 

Para a saudade que anela                         
voltar à ventura morta,
o passado abre a janela,
mas nunca destranca a porta...

O auxílio cristão atua
com a maior discrição,                                  
indo da concha da tua
para a concha de outra mão.

Torna um sonho em realidade                  
 e verás, com ironia,
que, por mais que ele te agrade,
foi mais bela a fantasia.

No entrechocar das espadas,
que a ambição maneja a fundo,                
como esperar alvoradas,
se a luz é expulsa do mundo?...

Por nosso irmão não se conta
quem apenas nos exalta
e, sim, quem também aponta,
censurando a nossa falta.

Quando, mãe, o tempo ingrato             
em bruma a lembrança envolve,
bendigo o velho retrato
que teu rosto me devolve!
 
SOBRE A AUTORA:

ADÉLIA VICTÓRIA FERREIRA nasceu em Sete Barras (SP), filha de João Lucas Ferreira e Olinda de Souza Ferreira. Advogada, Parapsicóloga e formada em Genealogia e Heráldica pelo Instituto Genealógico Brasileiro. Estudando por conta própria, desde a adolescência, fez o Curso Clássico no Colégio S. Joaquim, formando-se em Latim, Grego, Espanhol, Inglês e Francês. Formada com distinção, em 1956, na Faculdade de Direito de S. Francisco, obteve bolsa de estudos do governo alemão, com visitas a universidades, nas cidades de Colonia, Bonn, Frankfurt, Darmenstad e Hidelberg.
Fez viagens à França, Tchecoslováquia, Rússia, Estados Unidos, Japão, China, Hong-Kong, Tailândia, Índia. Irã, Turquia, Grécia, Itália, entre outros.
Começou a trabalhar aos 10 anos de idade; aos 14 foi Correspondente do jornal "Cidade de S. Paulo"; Secretária do Estado Maior da 4ª Zona Aérea e exerceu vários cargos de relevo. Enquanto estudava, trabalhou como Atriz (Teatro e Televisão). Aposentada em 1977, passou a dedicar-se à Poesia, arte que cultivava desde a infância.
Integrou-se à Casa do Poeta "Lampião de Gás" de São Paulo onde, desde 1979, dirigiu o jornal de poesias "FANAL" e foi eleita Presidente da Entidade. Após 4 mandatos sucessivos, renunciou ao cargo, sendo eleita Presidente Emérita e de Honra.
Pertenceu a inúmeras Academias de Letras nacionais e estrangeiras e possui Comendas, Medalhas, Troféus e Diplomas Honoríficos e muitos prêmios literários.
Faleceu no dia 13/03/2018, aos 88 anos de idade.


Nenhum comentário:

Postar um comentário