terça-feira, 6 de junho de 2023

POR QUE ESCREVER?

 

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POR QUE ESCREVER?

Filemon Martins


O ofício de escrever não é tarefa fácil, não depende só do querer, da vontade que o indivíduo tem de escrever. O escritor, parodiando Euclides da Cunha, precisa ser um guerreiro, um forte, um trabalhador incansável, um pesquisador paciente, criterioso, estudar e conhecer sua língua pátria.

Muitas vezes o escritor transmite em sua obra suas próprias experiências, sem deixar de retratar a experiência de terceiros, ou de personagens que ele mesmo criou. Não há uma fórmula mágica para se tornar escritor, mas existem alguns passos que ajudam a desenvolver a escrita e melhorar a exposição de suas ideias.

Ler. Ler sempre é fundamental para quem se atreve a escrever melhor.

É preciso persistência: dedicar-se todos os dias exercitando a vocação de escrever. Ninguém nasce sabendo, o aprendizado deve ser diário e constante.

Há um ditado de origem latina que pode ser aplicado também ao escritor: - ¨Poeta nascitur, orator fit¨ ou seja ¨o poeta nasce, o orador se faz¨. E o escritor também.

É aconselhável ¨esquecer¨ o que foi escrito por alguns dias e só depois voltar a reler tudo o que foi escrito com espírito crítico, fazendo correções, se necessário e lapidando o texto. Esse processo pode surpreender quem escreveu. 

Cada autor tem um jeito peculiar de escrever, produzir, criar. É verdade que a inspiração não se explica, depende do momento, da atmosfera em que o escritor está vivendo, mas nem sempre é assim. O poeta, por exemplo, às vezes escreve vários sonetos, trovas e poemas numa assentada só, mas em outras ocasiões começa o soneto, poema ou até mesmo um livro e empaca; fogem-lhe a rima, a ideia, o ânimo de escrever, o enredo, a fé desaparece, então ele para, faz uma pausa. Vai prosear, ouvir música, refletir, contemplar a natureza e ler muito. Depois volta a escrever. 

O ensinamento da escola é essencial, contudo é mais importante ainda o desejo do interessado em adquirir conhecimentos do seu idioma.

A teoria que se aprende em sala de aula é útil, mas a prática diária é que consolida a escrita do autor.

Quem escreve tem um ponto de vista, uma mensagem, um recado a comunicar, uma  história para contar. É necessário se expor, dizer o que pensa, o que sente, só assim ele se liberta do peso que esmaga o seu íntimo.

De início quase tudo é perdoável, pois ¨errar é humano¨, dizem. Mas certos erros de português depõem contra o profissional, quer seja jornalista, engenheiro, médico, professor, tradutor, especialmente contra o escritor.

Escrever é um sacerdócio, exige sensibilidade para ver e sentir a natureza, as árvores, flores, os pássaros, o pôr do sol, estar disposto a anotar as impressões de uma viagem turística ou cultural. Tempos modernos exigem síntese de quem escreve visando um público cada vez mais sem tempo para a leitura.

Enfim, aceitar com naturalidade críticas e eventuais conselhos, com a certeza de que em tudo há um processo de crescimento, um caminho longo a ser trilhado. E ainda assim continuar estudando e aprendendo... 


 

   

 

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