segunda-feira, 12 de junho de 2023

O CORINTIANO

 

                                                            (FOTO DA INTERNET)


O CORINTIANO

Filemon Martins



Recém-chegado de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais a São Paulo, o cidadão começou trabalhando na Empresa Folha da Manhã S/A., com sede na Alameda Barão de Limeira, 425, Campos Elíseos, proprietária de alguns jornais, entre outros a FOLHA DE S. PAULO. Torcedor apaixonado pelo Sport Club Corinthians Paulista, também chamado Timão.  o que mais ele queria era assistir um jogo de futebol do seu time no Estádio do Morumbi. Certo dia os jornais estampavam manchetes de que haveria jogo logo mais à noite envolvendo o Timão no Morumbi.  No trabalho nosso torcedor não tinha outro assunto. Estava eufórico com a possibilidade de ver pela primeira vez seu time do coração entrar em campo e jogar. Nessas ocasiões o tempo não passa, os minutos e as horas se arrastam preguiçosamente. O expediente que terminaria às 18h parecia não ter fim.

Mas para ver o Corinthians jogar, tudo valeria a pena.

Enfim, final de tarefa, fechou sua unidade de trabalho e saiu correndo disposto a realizar seu sonho. Naquela época, algumas kombis e vans faziam o transporte do Largo do Paissandu, para outros bairros da periferia e também em dias de jogos para os estádios como Pacaembu, Morumbi e Palestra Itália. O Largo parecia mais uma feira livre: um gritava daqui, outro gritava dali. Um sujeito gritava com insistência ¨Morro Grande mais um¨ e o outro também gritava ¨Morumbi mais um¨. Apressado, afobado, o corintiano  entrou na primeira kombi que viu estacionada e  quase lotada e partiu noite adentro crente de que em pouco tempo estaria em frente às bilheterias do Estádio do Morumbi. A kombi se deslocava apesar  de muito trânsito, buzinas e pelas ruas mal iluminadas vai num sobe e desce.  Estranhou aquelas quebradas da Freguesia do Ó, Itaberaba, Brasilândia e depois de algum tempo, perguntou: - essa Kombi vai até aonde? O passageiro do lado lhe respondeu: - já está chegando no Morro Grande. Nosso torcedor ficou desolado, triste e perguntou: -  como faço para voltar?

Naquela noite, o sonho de ver o Timão jogar foi adiado. O corintiano voltou para casa taciturno e decepcionado com o ocorrido. Mas, sonhando com a próxima vez.  






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