quinta-feira, 23 de outubro de 2025

QUEM FOI EDÍZIO MENDONÇA? - FILEMON MARTINS

 


                   (FILEMON, EDÍZIO E MÁRIO MARTINS)





QUEM FOI EDIZIO MENDONÇA?
Filemon Martins
                                                       

EDIZIO RODRIGUES MENDONÇA é baiano e nasceu em Barra do Mendes, a 14 de agosto de 1938, filho de Ezequiel Rodrigues Mendonça e de Esteva Maria da Anunciação.
Barra do Mendes é uma progressista cidade no alto Sertão, encravada na região Noroeste do Estado da Bahia, no circuito da Chapada Velha, fazendo fronteira com os municípios de Gentio do Ouro e Ibipeba, Seabra, Souto Soares, Barro Alto, Ipupiara e Brotas de Macaúbas, com uma população aproximada de 53.000 habitantes.
Pena que até hoje (2025) não se conseguiu sensibilizar o governo do Estado da Bahia para construir uma boa estrada ligando Barra do Mendes à Ipupiara, (apenas 78 km), embora a distância em linha reta, seja de 60 km. As promessas foram muitas, mas, porém, contudo, senão, todavia, entretanto... As duas cidades e outras da região muito ganhariam com o intercâmbio comercial, turístico e cultural.        EDIZIO MENDONÇA, filho ilustre de Barra do Mendes, fez seus primeiros estudos em escola particular, com a professora Elvira Campos Mendonça e na escola Duque de Caxias, com o professor Lídio Armando Guedes, tendo concluído o curso Primário na Escola Pública Rio Branco, dirigida pela professora Vivaldina Lima Lessa, em sua terra natal.
Deslocando-se para outros centros, fez cursos, entre outros, de Administração Municipal, Técnicas de Alfabetização, Fiscalização de Rendas e curso de Jornalismo. Casou-se, primeiro, com Cleonice Teixeira Mendonça, com quem teve os filhos: Eduardo (também poeta), Lilia, Eliana, Edizio Júnior, Ana Amália e Gleuda Simone Teixeira Mendonça. Viúvo casou-se depois com Maria Sodré Mendonça, com quem tem os filhos: Evandro, Edizia Maria, Edenizio, Edilma e Eniere Sodré Mendonça.
Escritor, Jornalista, Cronista, Pesquisador, Historiador, Poeta e Trovador, Edízio Mendonça é também político local, além de funcionário municipal, tendo exercido vários cargos na Administração Pública de Barra do Mendes.
Como político, foi Vereador (1971/1973) e Vice-Prefeito (1977/1983) e exerceu inúmeras vezes o cargo de Secretário de Administração, Cultura e Turismo do Município. (1965/1972), (1983/2001).
Como Escritor, já publicou vários livros, entre os quais, “POEMAS PARA CLEONICE" (1969), "O CORONEL MILITÃO COELHO" (1980), "CAPITÃO JOÃO PEDRO" (2002) e "BARRA DO MENDES, UMA HISTÓRIA DE LUTAS" (2003). Os dois últimos livros, eu os ganhei do autor, quando em companhia do Procurador de Justiça e Escritor Mário Ribeiro Martins, o visitamos em Barra do Mendes em 19/7/2005.
Nesta visita, deu-nos o ensejo de conhecer alguns pontos da cidade, entre outros, o açude municipal Landulfo Alves, a casa em que morou o Cel. Militão Rodrigues Coelho, o Hospital Municipal Manoel Novaes, o Arquivo Público Municipal, a Prefeitura Municipal e o Prefeito de Barra do Mendes, Dr. Manoel Gabriel dos Santos (Dr. Néu).
Edízio Rodrigues Mendonça é um homem de muitos talentos, eis que, atua como Diretor – Gerente da Rádio Barra do Mendes (RBM) e é Diretor do Jornal “Tribuna do Sertão”. Seu projeto é ambicioso e escreve incansavelmente, são 18 livros inéditos e mais 17 livros “em preparo”, entre poemas, trovas, crônicas, contos, história e cordel.
Entre os livros inéditos, estão "Cantigas do Alvorecer", "Mãezinha do Coração", "Mensagem de Natal", "Pérolas do Amanhecer" (Trovas), "Pétalas de Saudades", "Pétalas do Alvorecer" (Poesias), "O Coronel Artur Ribeiro" (de Ipupiara) e "Vultos do Meu Sertão", volumes 01 e 02.
Entre os livros que está preparando, encontramos "Coronéis da Chapada", "Governadores da Bahia" (1889-2001), "Governadores de São Paulo" (1889-2001), "Manoel Novaes, o Gigante do São Francisco", "Os Últimos Dias do Cel. Horácio de Matos", "Poetas do Meu Sertão" e "Trovadores da Bahia".
Detentor de inúmeras honrarias, tais como, nome de Rua, de Escola, de Biblioteca, de Grêmio Estudantil “Edízio Mendonça”, na cidade ou no Município de Barra do Mendes. Faz parte, como coautor, de várias Coletâneas e Antologias, entre as quais, “Coletânea de Contos, Crônicas e Poesias” – IV Festival de Inverno da Bahia – (1994), “Trovadores do Brasil” – 2º vol. Aparício Fernandes – RJ -(1967), “A Trova no Brasil” – Aparício Fernandes – RJ - (1972), “Poetas da Bahia”- Eduardo Cavalcante Silva – Salvador – (1966) e “Anuário Coletânea de Trovas Brasileiras” – Fernandes Vianna – Recife – PE – (1977/1978).
Membro de diversas entidades culturais e de classe, tais como, Academia Guanabarina de Trovas – RJ; Academia Itajubense de Letras – Itajubá – MG; Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras – Anápolis – GO; Academia Barramendense de Letras – Barra do Mendes – BA e Academia Goianense de Letras – Goiânia – GO etc.
Colaborador de Jornais e Revistas do País, eis algumas opiniões sobre o seu trabalho: “Tive a oportunidade de ler “Tribuna do Sertão” e passei a lhe admirar mais ainda.” Apolônio Alcântara Dias Coelho – Morro do Chapéu – Ba; “Edízio, um dia a história de Barra do Mendes lhe fará justiça, pelo grande homem que você é. E pelo trabalho que você tem feito por sua terra.” Rogério Rego – Brasília – DF; “Tribuna do Sertão” é um jornal que diz bem da capacidade jornalística do poeta Edízio Mendonça”. Eduardo Cavalcanti Silva – Camaçari – Ba.
É verbete do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br
Tomara que os livros do Poeta/Escritor, Edízio Mendonça, de Barra do Mendes, Bahia, venham à luz da publicidade para deleite dos seus leitores, entre os quais eu me incluo.
Edízio Mendonça silenciou no dia 27/8/2016, às 5 horas, deixando imensas saudades. Barra do Mendes perdeu seu filho mais ilustre, tanto no campo político, como na literatura. Uma perda inconsolável.


(LIVRO "FAGULHAS", PÁGINAS 122/124)

COLAR ADÂMICO - DIVERSOS AUTORES

 




COLAR ADÂMICO

ESTENDENDO AS NOSSAS MÃOS,
mesmo aos nossos inimigos,
será o mundo de irmãos,
sem guerra e outros perigos.
José Miranda Jordão
Rio de Janeiro - RJ

“Sem guerra e outros perigos”
seria o mundo uma flor,
sem maldades, sem castigos,
só de amor, de muito amor.
Kideniro F. Teixeira
Fortaleza - CE

“Só de amor, de muito amor”
e de sonho mais profundo,
se eu pudesse, sonhador,
viveria nesse mundo!
Daniel de Carvalho
Nova Friburgo - RJ

“Viveria nesse mundo”
sempre com muita alegria,
se o amor fraterno e profundo
existisse todo dia.
Inocêncio Candelária
Mogi das Cruzes - SP

“Existisse todo dia”
vontade firme pro bem,
na certa, o Cristão daria
exemplos de fé... no além.
Mário R. Barreto
Ipiaú - BA

“Exemplos de fé... no além”
e a harmonia como meta,
seria a vida também
mais fácil, menos inquieta.
João E. Nascimento
Mogi das Cruzes - SP

“Mais fácil, menos inquieta,”
é a esperança de um porvir
que só a alma do poeta
é capaz de traduzir.
Armando de Toledo
Santos – SP

“É capaz de traduzir”
a grandeza do Universo,
quem consegue transmitir
belas mensagens no verso.
Jerry Filho
São Paulo - SP

“Belas mensagens no verso”
são elas bem transmitidas,
quem não olha o lado inverso
das coisas belas da vida!
Rodolfo C. Cavalcante
Salvador - BA

“Das coisas belas da vida”
que colhi, em profusão,
eis a mais nobre e querida:
Em cada trova – um irmão.
Filemon F. Martins
São Paulo - SP

“Em cada trova – um irmão”
há de encontrar, em verdade,
quem cultivar a Razão
na lavoura da Humildade.
Paulo Monteiro
Passo Fundo - RS

“Na lavoura da humildade”
quem planta boa semente
desfruta felicidade,
recolhe amigos somente.
Álvaro Faria
Rio de Janeiro - RJ

“Recolhe amigos somente”
quem ajuda seus irmãos;
o amor é sempre crescente,
ESTENDENDO AS NOSSAS MÃOS.
Mário Ribeiro Martins
Palmas - TO

TROVA DO FILEMON

 


                                                      (FOTO DE DINARA PAIXÃO)


TROVA DO FILEMON



O CANDIDATO PROMETE,
O POVO ACREDITA E VOTA.
FAZ ERRADO, PINTA O SETE,
E ACHA QUE O POVO É IDIOTA.

SEM FRONTEIRAS - FILEMON MARTINS

 



             SEM FRONTEIRAS
                                 
                   FILEMON MARTINS



Viajo com as nuvens. Sou poeta.
Gosto de dar vazão ao pensamento.
Sou capaz de chegar ao firmamento
e voltar para a terra como atleta.

Na terra, pego a minha bicicleta,
vou pedalando mesmo contra o vento,
enquanto os versos nascem no acalento
de uma paixão suave e não secreta...

Não há fronteiras, pois o amor é brando,
poetas são assim, vivem sonhando
com um mundo feliz e mais humano.

Não importa se a vida é muito breve,
importa o amor que faz o peso leve,
quando o perdão se torna soberano.

OTIMISMO - MÁRIO BARRETO FRANÇA

 



 

OTIMISMO

MÁRIO BARRETO FRANÇA

 

Não murmures, mas busca a paz querida,

Não forces a conquista da abastança

E nem te precipites, pois na vida

Quem corre cansa, e quem caminha alcança.

 

Sê moderado em tudo, e, sem ganância,

Trabalha honestamente pra viver.

Quem ampara a velhice e instrui a infância,

Cumpre no mundo histórico dever.

 

Tem sempre para todos um sorriso,

Como um plácido oásis no deserto.

Quem ama faz da terra um paraíso;

Quem crê faz deste mundo um céu aberto.

 

Não maltrates ninguém; sê otimista

E das ideias faze força e luz.

Quem para a Pátria um marginal conquista,

Um novo crente para Deus conduz.

 

(LIVRO “VEJO A GLÓRIA DE DEUS”, PÁGINA 43)


quarta-feira, 22 de outubro de 2025

DEUS NÃO ME QUERIA LÁ AINDA - FILEMON MARTINS

 




DEUS NÃO ME QUERIA LÁ AINDA
Filemon Martins


Janeiro de 1970. Eu já trabalhava no jornal FOLHA DE S. PAULO durante o dia e estudava à noite. Meu pai, Adão Francisco Martins costumava me enviar um telegrama de felicitações no meu aniversário. Era tradição usar o telegrama por ser mais rápido naquela época. Era isso que eu esperava naquele mês, quando recebi o telegrama. Ao abrir e ler a mensagem, que tristeza! Era a comunicação do falecimento dele, de parada cardíaca. Momentos terríveis, dramáticos. Eu, com 20 anos de idade, não estava preparado para a morte de meu pai. Ele morreu com 55 anos incompletos. Impossível aceitar, acreditar. Um vazio tomou conta de mim; comuniquei às minhas duas irmãs, Marli e Nina que também já estavam aqui.
Preocupado com minha mãe eu só queria estar presente e dar-lhe meu conforto pessoalmente. Fui à rodoviária de São Paulo comprar passagens, pretendia viajar imediatamente para Ipupiara. No guichê de passagens da Viação Baiana, que seguiria até Xique-Xique, fui informado de que só haveria passagens para o dia seguinte.
Fiquei insistindo com o atendente que, sem saída, me aconselhou: - espere um pouco aí ao lado do guichê. Quem sabe, alguém desiste. E eu me plantei ali. Todo passageiro que chegava ali, eu ficava ligado. Queria viajar de qualquer jeito, mas depois de um tempo, o atendente fez um sinal me chamando e disse: - se você quiser viajar mesmo, é melhor comprar sua passagem para amanhã; daqui a pouco não haverá passagens nem para amanhã. E assim fiz: comprei três passagens, a minha, outra para minha irmã Marli e outra para a prima Isbela. Viajamos no dia seguinte e quando o nosso ônibus chegava entre Baixa Grande e Mundo Novo, na Bahia, o dia estava ainda escuro, amanhecendo, quando encontrei um amigo da minha cidade. Estava ele com roupa suja, manchada, que me pareceu ser óleo de carro. Perguntei-lhe, surpreso, se estava trabalhando como mecânico naquela cidade, ao que me respondeu: - ¨você não soube do acidente com o ônibus que saiu de São Paulo ontem? Minha roupa está manchada de sangue, porque eu também estava dentro do ônibus com minha irmã que, graças a Deus, se salvou.  Mas perderam a vida 18 pessoas na hora do acidente; outras estão internadas em estado grave. Ajudei no resgate de muitos passageiros. Numa curva perigosa nosso ônibus colidiu com a carroceria de uma carreta e caiu no penhasco¨. - Uma tragédia, completou ele. Nossa viagem prosseguiu, mas em cada cidade ou lugarejo que chegávamos era uma tristeza só. As pessoas desesperadas corriam pedindo informações que eram vagas, escassas, porque não sabíamos quem viajara de São Paulo naquele ônibus. Enfim, depois de uma semana, chegamos à Ipupiara com muita chuva. Contudo, apesar da circunstância, tive o prazer de visitar o poeta Carlos Ribeiro Rocha, que, na ocasião, residia em Santo Inácio. Vale lembrar que nosso transporte de Xique-Xique à Ipupiara, era um Jeep, de propriedade do Sr. Artur Gomes da Silva, que foi prefeito de Ipupiara, de 07/04/1967 a 06/04/1971, dirigido por um exímio motorista, de saudosa memória, chamado Esmeraldo. Diante dos fatos, senti que houve um livramento, fiquei introspectivo e pensei: - Deus ainda não precisou de mim e foi aí que escrevi meu soneto predileto intitulado "PAI", que mais tarde o poeta Aristeu Bulhões, da Academia Santista de Letras, o chamou de antológico. “Nada como um dia depois do outro”.  

DEUS - FILEMON MARTINS

 





DEUS
Filemon Martins



Contemplo a Natureza fascinante,
e vejo um Deus de amor e de brandura.
Um livro aberto, imenso, edificante,
com lições de bondade e de ternura.


Mesmo que a mágoa assalte o caminhante
e o prostre sobre o chão em desventura,
a Fé que vem de dentro, é uma constante,
um bálsamo na dor da criatura.


Creio num Ser Supremo, um Ser bendito,
um mundo de mistérios em que habito
e me faz refletir os sonhos meus...


Porque depois a vida continua
na evolução da Fé que se cultua
sob a regência do maestro, Deus.

 


(LIVRO "SONETOS & TROVAS", PÁGINA 30)

TROVAS DO FILEMON

 







TROVAS DO FILEMON

 

Não me fascina o sucesso,

Nada tenho para dar.

Quero apenas – eu confesso

O amor no mundo espalhar.

 

Meu verso - belo instrumento

Para alcançar corações,

Enchendo de sentimento

Meu balaio de emoções.

 

Quem me dera ter, sereno,

Teu amor, quase perfeito,

Que um dia naquele aceno

Arrancaste do meu peito.

 

Da vida não quero a glória

Que tanto engana e seduz.

Prefiro não ter história

A renunciar minha cruz.

 

(LIVRO “SONETOS E TROVAS”)


terça-feira, 21 de outubro de 2025

TROVAS DO FILEMON

 



TROVAS DO FILEMON



Perpassa uma brisa mansa

beijando as águas do mar,

enquanto a tarde descansa

e espera a noite chegar.


A brisa passa e sussurra

uma canção de bonança,

e a praia, envolta em ternura,

lembra um lençol de esperança.


Como é bom viver à toa

e sempre fazer o bem,

que a natureza abençoa

quem vive em Itanhaém.


Vejo o mar azul e calmo.

ouço o sussurro do vento

que passa cantando um salmo

às nuvens no firmamento.


A vida às vezes é dura,

mas nos ensina a viver,

com o peso da amargura

ela nos faz renascer.




TROVAS DO FILEMON

 


                                          (FOTO DE DINARA PAIXÃO)


TROVAS DO FILEMON


Não permitas que a amargura
domine teu coração.
Canta um salmo de ventura,
busca a Deus em oração.

De manhã a Natureza
desperta cheia de cores.
Um colibri  - que beleza,
vem beijar todas as flores.

Pondo amor nas minhas trovas,
meu peito fica a cantar.
É que as minhas boas novas
sem asas, querem voar.

Minha vontade tão louca,
era somente um enleio:
dar um beijo em tua boca
e adormecer em teu seio.


(POSTAL CLUBE-ANTOLOGIA 15, PÁGINA 48)

ROSAS - ANTÔNIO CARLOS CÔRTES

 



 

ROSAS

Antônio Carlos Côrtes



Caymi cantou
ROSAS de Abril
Pois parafraseando Gil
Vou além de fevereiro e março
ROSAS lindas, ainda que cor de anil
Em meio a pedras
Como lecionou Cartola
Com seu cheiro me amasso
Desde de priscas eras
Recebê-las não me amola
É Deus mostrando compasso
Da beleza

Em todo lugar
Da natureza
Afinal é Arquiteto do Universo 

 

·     Da Academia Rio-Grandense de Letras


DEPOIS... - FILEMON MARTINS

 



D E P O I S...
Filemon Martins

Depois que te perdi, a minha vida
num charco de amargura se tornou,
e o pranto que verti, na despedida,
no coração ainda não parou...

E por amar-te assim, minha querida,
como ninguém jamais na terra amou,
lembro-me triste, enfim, tua partida,
enquanto vivo sem saber quem sou.

E o coração recorda mudamente
o desprazer de amar inutilmente
alguém que só me deu desilusão,

pois quem carinho um dia ofereceu,
e não cumpriu o amor que prometeu,
não merece jamais o meu perdão!

OLAVO BILAC - FILEMON MARTINS

 



OLAVO BILAC

Filemon Martins


Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac,
estrela de primeira, um verso alexandrino.
Perfeito no soneto, o vate foi destaque
e primou pela forma, ourives diamantino.

Como parnasiano revelou-se um craque
com seu verbo fluente e forte foi divino.
Palestrou, escreveu, amou e sem sotaque
“ora (direis) ouvir estrelas,” seu destino.

Orador, literato e um grande sonetista,
foi também pensador,  ardente jornalista,
gigante na palavra, um poeta de escol.

“Última Flor do Lácio” o vate da Esperança,
amante do Saber, da Pátria e da Criança,
por isso és fulgurante como a luz do Sol!