A DECISÃO DE JOÃO HENRY
Tenha muito cuidado! Crianças e adultos
precisam viver num ambiente onde haja sinceridade e confiança mútua – onde se
fala a verdade.
Há mentiras circulando por toda parte. Na
internet, na TV, nas emissoras de rádio e até nos jornais impressos. Estamos
vivendo tempos conturbados e de contradições. Estamos na era das comunicações
via internet. Divulgam-se verdades e mentiras. Atualmente, os meios virtuais
chamam a mentira de Fake News. Esse é um termo em inglês, que traduzido
para o português – a nossa língua, significa notícias falsas.
Geralmente as Fake News ou mentiras
estão espalhadas em muitas publicações via internet. O perigo é que em muitos
casos a mentira parece com a notícia verdadeira e têm grande potencial viral,
isto é, tem fácil penetração nos grupos de redes sociais no WhatsApp e
espalham-se rapidamente. Por vezes são notícias simpáticas, mas em qualquer
situação ou caso são sempre Fake News, isto é, sempre mentiras.
No período em que o mundo sofreu com a pandemia
da Covid-19 foi o tempo com maior volume de Fake News. Vocês se lembram? As
notícias falsas surgiam de todos os lados. Em todas as partes do mundo o povo
ficou apavorado.
Outro período de muitas mentiras é o período de
campanhas eleitorais. Atualmente as mentiras surgem até no período de
pré-campanha. Aliás de forma extraoficial já estamos vivendo esse tempo. Mas é
bom lembrar do ditado popular que diz: “A mentira tem pernas curtas”. A
mentira é um argumento insustentável e pode ser considerada como um vício que
mancha, corrói e destrói o caráter. E mais: a mentira complica os planos de
pessoas bem-intencionadas, complica os planos de grupos, de empresas e até
planos de governos. A mentira alimenta e fortifica a arrogância, mas também
promove a ascensão e queda dos arrogantes. Em seu livro Caminhos do Jordão
da Bahia, o escritor Filemon Martins conta inúmeros casos de pessoas
arrogantes.
A mentira é uma farsa e faz grandes estragos. É
muito difícil fazer o mentiroso compreender o tamanho do estrago e as
consequências negativas que a mentira causa à comunidade e ao próprio
mentiroso. Dizem os estudiosos que “a mentira pode ser vista como a arma dos
fracos”.
Os mentirosos acham que mentindo podem se
livrar das críticas. Estão cometendo um erro, pois uma mentira precisa da
cobertura de outra mentira. É assim que a situação de quem mente vai se
complicando cada vez mais.
Na região sul do Brasil, um homem chamado João
Henry, pai de família, morava num sítio distante 8 quilômetros da cidade.
Possuía terras boas para o cultivo de frutas e hortaliças. Lá no sítio ele
morava com a esposa e dois filhos, um de oito anos e o mais novo com seis.
Certo dia o senhor Henry colheu muitas laranjas e outras frutas. Colocou tudo
na carroceria e disse para esposa que ia para a cidade vender tudo. Com o
dinheiro apurado ia ao supermercado fazer as compras para a semana e assim
ficou combinado. Entrou no carro para assumir a direção e partir. Ao entrar o
filho mais velho chegou correndo e foi logo dizendo: papai, eu também vou. O
pai tentou fazer o menino desistir, dizendo “deixa para outro dia, porque hoje
estou com muita pressa”. O garoto não aceitou a explicação e insistiu que
queria ir. O pai não queria levar e não sabia como convencer o garoto a ficar
em casa. Mas em seguida teve uma ideia e falou: “tá bom, eu vou lhe levar”.
Você tá sem o boné. Então vai lá dentro, pega e coloca na cabeça e vem. O
menino ficou contente. Foi procurar o boné. Nisso o pai passou a marcha na
caminhonete e foi embora. Logo o menino voltou com o boné na cabeça, mas o pai
já estava longe. O garoto só viu a poeira na curva da estrada. Qual foi a
reação do menino? Jogou o boné no chão e falou bem alto:
Meu pai, você mentiu. Você é um
mentiroso e me enganou. Mentir é muito feio.
O garoto ficou decepcionado com a atitude do
pai. A mãe viu o que aconteceu. Quando o esposo voltou da cidade ela contou
tudo. O pai gostava muito do filho. Ficou muito aborrecido e envergonhado por
causa da mentira que contou.
Você quer saber qual foi a reação daquele pai?
Ele tomou a decisão e disse consigo mesmo: vou contar para meu filho que estou
arrependido. E assim fez. Saíram lágrimas dos seus olhos. A partir daquele
momento tomou a decisão de não mentir. Nunca mais.
A decisão correta lhe trouxe paz ao coração e
recuperou a confiança do filho. Assim percebemos que crianças e adultos, todas
as pessoas precisam viver na prática da honestidade e da confiança mútua, onde
se fala a verdade.
A Bíblia Sagrada nos orienta de modo bem claro,
quando diz o seguinte:
“Vos revistais do novo homem, criado por
Deus, em justiça e retidão, procedente da verdade. Por isso, deixando a
mentira, cada pessoa fale a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns
dos outros” (Efésios 4: 24-25).
Saul Ribeiro dos Santos
Cont. e economista aposentado
Natural de Ipupiara – BA.
(77) 9.9123-6603