sexta-feira, 13 de junho de 2025

COSME VELHO - MÁRIO RIBEIRO MARTINS

 



COSME VELHO

Mário Ribeiro Martins


Quando contemplo as tuas obras primas,

escritor imortal, de que me ufano,

eu não tenho nas minhas pobres rimas

um termo que te cante e seja humano.


Do Romantismo sufocaste as cimas

com coragem tal qual de veterano,

pregaste o Realismo com seus climas

pelo teu verbo forte e soberano.


Como se fosses ser divino-humano,

passaste humildemente pelo mundo

vencendo os homens com vigor profundo.


Mas como não venceste o teu engano,

morreste então, sem fé, sem Evangelho,

no rico casarão do COSME VELHO!


("LETRAS ANAPOLINAS - ANTOLOGIA", PÁGINA 394)

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